terça-feira, 14 de julho de 2009

Choro do elefante


És só do tamanho da grandeza das crianças
E ninguém te vê, elefante
Não te ensinam a crescer
Sacrificam-te por poder.

E a natureza é agredida
e as estrelas perdem vida
e o negro manto é esfarrapado.

E a vergonha deles, elefante
foi esquecer como chorar
faltar coragem para te amar.

Tens só o peso do medo que há no mundo
E todos te ignoram, elefante
Escondem-te e calcam-te
violam-te e recalcam-te, elefante.

E a terra seca, suga e sangra
e um lado segue e não socorre
e o outro mata ou então morre.

E os teus pais, elefante?
já nem vais morrer ao pé deles…
onde estão os teus pais, elefante?

Viveste só tempo demais neste planeta
E alguém te respeita, elefante?
Queremos viver o momento,
Não o teu conhecimento.

E o sol acanha-se a brilhar
e a terra cobre-se de mar
e corais a preto e branco.


14 de Julho, 2009