domingo, 14 de setembro de 2008

A minha mão


Já há muito que o mundo
que descascas e consomes
voltou as costas ao meu.
Fruta podre que no fundo
sabe à terra de onde veio
tudo o que reclamas teu.

Cala-te e deixa-me a voz.
Liberta essa busca da força
que não há e que não é
em nós.
(Já te pesa o coração!)

Perde-te e deixa-me aqui.
Leva as sobras da tortura
penitente desta farsa
e sorri.
(Cinismo-aberração!)

Morre ou fina-me agora.
Pára! … Continua.
Respira fundo e afunda
na lama a cara, nua.
E chora.
(Tinhas a minha mão!)


23 de Julho, 2008

Sem comentários: