quarta-feira, 9 de julho de 2008

Sinto muito



Eleve-se a lua,
para que eu desça a mim.
Ilumine-se a mente
de quem sente
que a vida subestima
e escurece o sentimento.
Sinto o peso de sentir
a angústia amarrada
a um corpo turbulento
que estreita e esmaga
o que sinto,
cá dentro.

Sinto muito.
Sinto a palavra prometida,
apodrecida nas entranhas
de minh’alma seduzida
e atraiçoada.

Sinto tanto.
Sinto o tom da hesitação
no teu silêncio que vagueia
e me acinza o coração,
queimado.

Sinto demais.
Sinto o cheiro do teu medo
quando sabes que me mentes
ou escondes o que sabes
e o que sentes…
… Sinto muito.


26 de Junho, 2008

4 comentários:

Anónimo disse...

A gente fica com a sensação de que,
como escreves assim és!
transparência de quem «respeita o rigor que a si se deve» "solo claudicando en situaciones que puedan herir a alguien

José Manuel Brazão disse...

Este lindíssimo poema está no meu blog.

Beijinhos

Anónimo disse...

Si las poetisas tambin hacen así!... Entonces, porque no asumen? porque no tratan de invitar Diana Correia a comadrear* con ellas?

Anónimo disse...

Oi, passando por aqui, "pra te fazer um mimo", rss...
Então assim: Um poema que desengasga um sentir estreitado por fatores internos da alma, próprios do próprio ser, sufocado ainda mais por fatores externos que vagueiam como espectros assustados...
Senti muito isso! valeu?!
Como sempre poesia bela, de muito contéudo!
beijinho
Dill