De mim, dividida, pensei que aguentasse
Do mundo, dos outros, do destino o impasse:
De um lado, que a angústia de tudo morresse
De outro, que o conforto do nada pesasse.
Se por não mais sofrer, orgulhosa, eu secasse,
Só a restar no olhar, sem alma, uma face.
Se o tempo fugisse ou eu adormecesse…
Se ao menos um deus me ouvisse e falasse…
– “Aos meus pensamentos faltou harmonia
Pensei que na margem também andaria
E que apenas iria ser mais devagar.”
– “Troca o que pensas por beijos d’esperança
Na margem, o medo domina a criança
No rio, vais na dança da vida a voar.”
25 de Maio, 2010
4 comentários:
Se este poema fosse lido por um poeta com sentido musical, dar-lhe-ia uma melodia que a toda a gente encantasse; a julgar pelos versos!...
Que coisa mais linda, Diana Correia!...
um beijo
sfich
Adoro a beleza e a fragilidade das tuas palavras.
GBjo
Fatima
Não tendo grande sentido da musicalidade, no entanto li em voz alta e achei perfeito para declamar Diana. Gostei imenso do soneto.
Beijinho
Conceição
Senti grande musicalidade neste 'soneto', em que os verbos no subjuntivo (conjuntivo) e os operadores em se, dão condicionalidade nos anseios do eu-poético, além da sensasão de fugacidade de tempo. Há muito tempo não venho aqui e é um grande prazer retorná-lo. Não fujas, minha linda! Minhas saudações, Claudio.
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